NOTA PRÉVIA: "A presente edição, em confronto com a anterior, publicada em Janeiro de 2004, contém as alterações que o Decreto-Lei n.º 59/2004, de 19 de Março, introduziu nos artigos 508º e 510º, relativamente aos limites de indemnização, quando não haja culpa do responsável, pelos danos de que esses dois preceitos se ocupam." In Código Civil Português

quarta-feira, setembro 27, 2006

Etiqueta(s)

etiqueta (ê), s. f. conjunto de cerimónias usadas na corte e na sociedade escolhida; regra; estilo; praxe; letreiro; rótulo.

Assim o diz o velhinho Dicionário da Língua Portuguesa.
O que me levou dias e dias a pensar e a procurar... Não sou de cerimónias, muito menos de colocar rótulos. Mas como a ideia é passar a mensagem de uma etiqueta que não se corta mal se compra roupa nova (pois até nas de marca, o símbolo já vem em grande do lado de fora, como mandam as etiquetas sociais), aqui vai, em dez linhas, uma ideia da amálgama de ideias que a minha etiqueta me revelou ser.

1) 100% autêntica, sem falsas aparências, sou o que sou, o que faço, o que dou a conhecer. Na "mania" de ser frontal, acabo por ser dura e crítica, refilo, ateimo e às vezes (só às vezes!) tenho razão.
2) Dose diária recomendada de determinação, com a respectiva coragem, que me trai, não sou medrosa e sei o que quero, sou mesmo de me aventurar - agora menos - passa a adolescência e começas a ouvir falar em obrigações e responsabilidade... Sou o "arregaçar das mangas", o "p'rá frente é que é caminho" (nasci à segunda-feira de manhã, isso tem influência, quer queiram quer não!)... tenho dias em que deixo "para amanhã" e detesto.
3) Dizem por aí que sou certinha. Talvez porque caminho por linhas direitas, sem que não tenha já escolhido travessas turvas e, pior, becos sem saída, onde luto por não ter que voltar atrás. De resto, sou tão certa ou tão errada como todos os outros.
4) Como efeito secundário, não "sacudo água do meu capote", dou o passo, vou à frente, talvez assim alumie duas vezes, é preciso quem o faça num mundo de braços cruzados, onde toda a gente acha que só deve mexer um bracinho se a recompensa for muito boa. Que falta de sentido de comunidade, de "amor à camisola", seja ela qual for.
5) Preciso de luz para viver. Sou signo de fogo, leão, gosto daquele sol que alimenta e que não está só lá para marcar presença. Prefiro os "nasceres" aos "pôres", dá-me tranquildade saber que ele não se esqueceu de nos vir acordar... Quanto ao que ele faz, depois de se deitar... com isso, já não tenho nada a ver!
6) Rio e faz-me feliz quando faço rir. E sorrir. Sou de andar com os cantos da boca sempre levantados. Sou de gargalhadas, mas não de anedotas ou piadas. Rio-me com um sorriso e gosto de me perder nesse rio de sorrisos.
7) O rio é calmo demais. Prefiro o mar revoltoso, em dias nublados. É muito mais interessante. E não acredito que esteja furioso, apenas divertido. Gosto do cheiro da areia molhada (assim como da terra molhada pela chuva), a maresia e a neblina dão-me tranqulidade.
8) Leio... perco-me a ler, não só livros, mas tudo o que tenha letras. E muitas vezes encanta-me mais um papelinho do que uma capa fina e papel couché. Escrevo menos... porque acho que ainda não aprendi a escrever algo que justifique o tempo da minha escrita. Por isso opto por cartas, quando a necessidade assim o obriga, a amigos que sei que lêem com os olhos da alma e do coração, que ouvem a história e sobretudo que me retribuem com palavras perfeitas.
9) Sou perfeccionista, ferozmente exigente, mas sempre longe da perfeição, para que possa ter sempre caminho a percorrer... Nunca o perfeito, nem no pretério e muito menos nos amores, de que não gosto... prefiro malmequeres, por desfolhar, claro. Há muito que os escolhi (aos girassóis e margaridas) como minhas flores preferidas.
10) Quero fazer-me crer que sou forte, quando sei que estou frágil. Resisto, mas acabo por ter uma auto-estima muito light, abaixo da média, não sei porquê, não é defeito... é feitio. Posto isto tudo (e do muito que ficou de fora de uma etiqueta que, embora de tamanho Zara, não chega para aquilo que sou), pode ser que compreendam porquê. Uma etiqueta que, como todas, diz "tratar com carinho", mas também "não irritar acima dos 40º", porque o verniz também me estala! Porque sou o que sou. No fundo, acho que gosto. E confesso que também gosto que gostem de mim.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

As etiquetas são sempre reduzidas e sucintas demais para identificar a peça. Só vendo, sentindo, usando e abusando se conhece a qualidade daquilo que é etiquetado.
Contudo a imaginação não tem limites e brincamos com ela, Criamos imagens, tentamos comunicar o que imaginamos utilizando o vocabulário que conhecemos e ficamos sempre insatisfeitos com o resultado. Os limites das páginas, dos significados das palavras limitam artificialmente aquilo que naturalmente é infinito.
Um ser humano com toda a sua complexidade e liberdade de se manifestar não se consegue descrever numa etiqueta.
Qualquer definição que hoje se pareça adequar, amanhã poderá não fazer sentido.
Somos tão ricos... e tu és daqueles seres humanos que eu incluo nas 5 maiores fortunas do mundo!!
A tua escrita encanta e quando te leio sinto-me a ser transportada para outra dimensão - onde há sinceridade, claridade, entusiasmo, felicidade...
Qualquer tema nas tuas mãos parece transforma-se num espaço de emoções que apetecem sentir e isso,transforma-te em alguém que não há etiqueta que descreva.

3:07 da tarde

 

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