NOTA PRÉVIA: "A presente edição, em confronto com a anterior, publicada em Janeiro de 2004, contém as alterações que o Decreto-Lei n.º 59/2004, de 19 de Março, introduziu nos artigos 508º e 510º, relativamente aos limites de indemnização, quando não haja culpa do responsável, pelos danos de que esses dois preceitos se ocupam." In Código Civil Português

terça-feira, julho 11, 2006

"Trendir... e vir" de alma cheia

Confesso. Sou uma ferverosa adepta da reciclagem, acredito piamente do "credo dos três éres" e mais ainda naquele sorriso maravilhoso que pergunta (quantos adultos o fariam?) se o "Ecoponto toma banho" e por que é que na "rua do Manel há um Ecoponto e na minha não".

Ele são milhares de folhas de jornais e revistas, catálogos de hipermercados, publicidade e até os milagres do último profeta da cartomância que nos chegam pelo correio, caixas de cereais, cartão que envolve os packs de iogurtes, pacotes de leite e de sumo, plásticos que "protegem" tudo e mais alguma coisa, os copinhos de vidro dos iogurtes ditos finos que guardamos sempre, frascos, latas, enfim, uma extensa lista que se vai acumulando no lugar convencionado da cozinha para o "levar para o Ecoponto" (sim, porque os Ecopontos domésticos são o maior balúrdio e deviam ser oferecidos pelas Comissões de Ambiente das autaquias, se estas existissem, claro!).

Há uns dias, numa montra de drogaria, um papel A4, impresso a cores - daqueles que só dá para fazer meia dúzia e até são mal empregados para espalhar pela cidade - a Associação Trendirivir dava conta de uma actividade de Verão, a começar dia 17 de Julho, nos bairros sociais e para a qual lhes fazia falta material reciclável: rolos de papel, revistas e caixas de cereais, copos de iogurte, garrafas, etc. e um pouco de toda aquela lista infindável com destino à reciclagem.

Há apenas alguns minutos atrás, enchi uns saquinhos e entreguei-os no atelier do Trendirivir, ao pé da Rua da Barroca. O espanto foi primeiro de quem me recebeu e, depois, de uma educadora maravilhada que, já eu tinha saído, correu para mim a saber como soube da actividade, porque me dispus a lá ir, ao mesmo tempo que agradecia com os olhos e o sorriso a espelharem o coração cheio.

"Ó, por favor... é só uma La Redoute (eu sei como as miúdas adoram recortar modelos!), uns frascos, uns rolos de papel higiénico e umas caixas de Nestum!". Mas um sincero "vai dar tanto jeito" disse tudo. Não resisto. Vou mandar um e-mail a todos os amigos do Entroncamento para levarem o que puderem para quem agradece de mãos cheias o que damos de mãos vazias. Não pedem dinheiro, mas lixo. Não se envergonhem, é a verdade! Com este lixo farão das crianças as mais felizes do bairro.

Por experiência própria, sei de quem guarda em casa, como se fosse o vestido da 1ª comunhão, aquele fato de sacas de farinha, decorado com copos de iogurte cortados e caricas velhas. Não custa nada reciclar (os mais sovinas fiquem a saber que a Valorsul se prepara para oferecer prémios a quem reciclar), mas esta semana não custa nada dar a volta à casa e levar alguns materiais a este "trem de ir..." que nos faz vir para casa de alma cheia!