NOTA PRÉVIA: "A presente edição, em confronto com a anterior, publicada em Janeiro de 2004, contém as alterações que o Decreto-Lei n.º 59/2004, de 19 de Março, introduziu nos artigos 508º e 510º, relativamente aos limites de indemnização, quando não haja culpa do responsável, pelos danos de que esses dois preceitos se ocupam." In Código Civil Português

quarta-feira, julho 26, 2006

Não se educam filhos sem a educação dos pais...

A problemática da educação é a responsável pela maioria das crises sociais existentes entre diferentes gentes. A diferença é a base de tudo, todos somos diferentes, brancos, pretos, heterossexuais, homossexuais, de direita, de esquerda, do Norte, do Sul, de países com regimes Democráticos, de países com regimes Ditatoriais, de zonas quentes, de zonas frias! Há quem goste da praia, há quem goste da montanha, mas todos devem prezar ter EDUCAÇÃO, não há que gostar, há que a ter e ponto final. Para mim é um dogma!
Ontem quando viajava nos TURE (Transportes Urbanos do Entroncamento) duas mães viajavam com as suas crianças. Ao chegar o autocarro a uma paragem com um elevado numero de idosos, logo as ditas maezinhas se insurgiram contra os mesmos passageiros, levantando-se mas ameaçando as senhoras que caso fizessem os seus filhos desocuparem os lugares em que estavam não se livrariam de levar um belo par de lambadas e o que mais viesse! Fiquei em choque!
INADMISSÍVEL! Como é possível que se chegue a este estado de má educação e de regateirisse! Devem existir peixeiras no Bulhão mais humanas! Será que a criança de 7 ou 8 anos não aguentaria 5 minutos de pé no autocarro? Os meus pais sempre me educaram a levantar-me, fosse quem fosse que precisasse de se sentar e aquelas idiotas acham que os filhos são dois dos deuses do Olimpo? Como hão-de os professores ter autoridade sobre crianças hiper-protegidas em que não se pode tocar nem psicológicamente!
O problema está só numa palavra: EDUCAÇÃO! É necessária para tudo! Suportar as diferenças, conviver com os problemas, saber falar de forma a não matar com as palavras mas sim envolver com os sentimentos! Pais, eduquem os vosso filhos! A Liberdade não é Libertinagem, não se confundam e não permitam que os vosso filhos cresçam como animais que não respeitam a diferença, que não venham a melhorar a sociedade!
Não é só o Estado que anda mal, o povo anda muito mal Educado!
José Baptista

terça-feira, julho 18, 2006

De cortar à faca...

Perdoem-me os autores da reprodução talvez indevida, mas devida a uma enorme vontade de partilhar as palavras de José Luís Peixoto que A Naifa transformou num hino à beleza das pequenas coisas. E que belíssimo concerto aquele em Torres Novas! Para apreciar... e saborear cada sopro de silêncio de cortar à faca que antecede a música de um projecto que o Ministério da Cultura reconheceu como de interesse cultural. Afinal, ainda há bons "interesses" neste país!

Música
Como um raio a rasgar a vida, como uma flor
a florir desmedida, como uma cidade secreta
a levantar-se do chão, como água, como pão

Como um instante único na vida, como uma flor
a florir desmedida, como uma pétala dessa flor
a levantar-se do chão, como água, como pão,

Assim nasceste no meu olhar, assim te vi,
flor a florir desmedida, instante único
a levantar-se do chão, a rasgar a vida,

Assim nasceste no meu olhar, assim te amei,
vida, água, pão, raio a rasgar uma cidade secreta
a levantar-se do chão, flor a florir desmedida

terça-feira, julho 11, 2006

"Trendir... e vir" de alma cheia

Confesso. Sou uma ferverosa adepta da reciclagem, acredito piamente do "credo dos três éres" e mais ainda naquele sorriso maravilhoso que pergunta (quantos adultos o fariam?) se o "Ecoponto toma banho" e por que é que na "rua do Manel há um Ecoponto e na minha não".

Ele são milhares de folhas de jornais e revistas, catálogos de hipermercados, publicidade e até os milagres do último profeta da cartomância que nos chegam pelo correio, caixas de cereais, cartão que envolve os packs de iogurtes, pacotes de leite e de sumo, plásticos que "protegem" tudo e mais alguma coisa, os copinhos de vidro dos iogurtes ditos finos que guardamos sempre, frascos, latas, enfim, uma extensa lista que se vai acumulando no lugar convencionado da cozinha para o "levar para o Ecoponto" (sim, porque os Ecopontos domésticos são o maior balúrdio e deviam ser oferecidos pelas Comissões de Ambiente das autaquias, se estas existissem, claro!).

Há uns dias, numa montra de drogaria, um papel A4, impresso a cores - daqueles que só dá para fazer meia dúzia e até são mal empregados para espalhar pela cidade - a Associação Trendirivir dava conta de uma actividade de Verão, a começar dia 17 de Julho, nos bairros sociais e para a qual lhes fazia falta material reciclável: rolos de papel, revistas e caixas de cereais, copos de iogurte, garrafas, etc. e um pouco de toda aquela lista infindável com destino à reciclagem.

Há apenas alguns minutos atrás, enchi uns saquinhos e entreguei-os no atelier do Trendirivir, ao pé da Rua da Barroca. O espanto foi primeiro de quem me recebeu e, depois, de uma educadora maravilhada que, já eu tinha saído, correu para mim a saber como soube da actividade, porque me dispus a lá ir, ao mesmo tempo que agradecia com os olhos e o sorriso a espelharem o coração cheio.

"Ó, por favor... é só uma La Redoute (eu sei como as miúdas adoram recortar modelos!), uns frascos, uns rolos de papel higiénico e umas caixas de Nestum!". Mas um sincero "vai dar tanto jeito" disse tudo. Não resisto. Vou mandar um e-mail a todos os amigos do Entroncamento para levarem o que puderem para quem agradece de mãos cheias o que damos de mãos vazias. Não pedem dinheiro, mas lixo. Não se envergonhem, é a verdade! Com este lixo farão das crianças as mais felizes do bairro.

Por experiência própria, sei de quem guarda em casa, como se fosse o vestido da 1ª comunhão, aquele fato de sacas de farinha, decorado com copos de iogurte cortados e caricas velhas. Não custa nada reciclar (os mais sovinas fiquem a saber que a Valorsul se prepara para oferecer prémios a quem reciclar), mas esta semana não custa nada dar a volta à casa e levar alguns materiais a este "trem de ir..." que nos faz vir para casa de alma cheia!

domingo, julho 09, 2006

Menos ais…

“Se tem remédio por que te queixas? Se não tem, por que te queixas?”
O provérbio faz parte da sabedoria milenar chinesa e descobri-o ao ler um artigo sobre a “Inutilidade do Sofrimento”, que a psicóloga espanhola María Jesús Ávala Reyes garante que acontece em 95% das nossas acções quotidianas. Sofrer por um golo fará seguramente parte da percentagem!

Mas num país que vai sobrevivendo aos “ais Jesus”, o futebol conseguiu superar o desafio de “menos ais…” e de forma brilhante. Com muito menos ais, ainda que com “sofrimento” (seja lá o que a psicóloga nuestra hermana acredita), os jogadores chegaram há pouco a Lisboa sob o signo dos heróis.

Sofrer por antecipação é habitual... “Não vamos passar da primeira fase!”, “Já perdemos” são à partida as quase certezas de um povo que deixou de acreditar nas estatísticas que o colocam na cauda da Europa numa série de padrões de qualidade de vida. Mas, quando nos falham todos os outros heróis, sabemos agarrar-nos àqueles que nos conseguem colocar à frente de eternos rivais históricos, como os espanhóis ou os ingleses. E acreditem... não é só no futebol, há por aí muitos... aos quais deveríamos manifestar igual orgulho.

E se Portugal não tivesse passado da primeira fase? Com remédio ou sem ele, de certeza que não deixaríamos de nos queixar… De tudo e de nada, talvez só nos esquecíamos mesmo de nos queixarmos de nós próprios! Ontem, gostei de ver jogar a selecção. Porque a perder por 3-0, deixou os queixumes de lado e caiu aos pés de uma Alemanha vitoriosa, mas de uma forma que só os vencedores sabem demonstrar. Que as vitórias e derrotas da selecção sirvam de exemplo aos “muitos ais” dos portugueses. E que os 95% de sofrimento “inútil” seja plenamente justificado com um honroso lugar em cada um dos nossos pequenos campeonatos.

segunda-feira, julho 03, 2006

Portugal em sono prolongado sonha com Futebol!


O nosso país, ou melhor, o povo português está inevitavelmente a viver uma época de inércia total. O controlo do futebol sobre um conjunto de seres que partilham entre sí características semelhantes como a língua, o território nacional, a bandeira e o hino, entre outras, permitem-lhe criar uma relação de dependência real e extremamente preocupante pelos jogos que as televisões com direitos para tal emitem, em contrapartida de preços exurbitantes. A SIC tem atingido audiências de 80%. A SporTV corre com a TV Cabo atrás dos larápios que têem o sinal descodificado!
Enquanto Freitas do Amaral se despede do Ministério dos Negócios Estrangeiros, alegadamente por motivos de doença, o povo vive o vermelho e verde das bandeiras que povoam as nossas ruas e carros! José Sócrates serviu-se do Mundial para fazer uma remodelação ministrial sem dar muito nas vistas, como é necessário. Não esperávamos que Cavaco demitisse o Governo, pois pelo que parece essa não é definitivamente a sua ideia, para bem do Estado, quer dizer, não sei se será para bem, estabilidade é algo que nós já não temos por cá há muito tempo, mas pronto, sirva o Presidente da República para transmitir os valores que a Constituição de 1976 tentou implementar!
Nada seria tão grave se não tivesse gasto 0,85 € para comprar o Diário de Notícias logo pela manhã e mais de metade deste se referisse ao jogo de Portugal, às reacções de inumeros comentadores que estupidamente se repetem em análises idiotas, na esperança que alguém leia a sua coluna! Um estilo de Big Brother no papel! Todos de olho no Futebol! Dos mais "habituais" nas andanças do jogo da bola, aos mais fúteis que não sabem sobre o que hão-se escrever para ganhar uns trocos, a verdade é que eu vi todos os jogos de Portugal e os resumos alargados a seguir. Será que não chega? Terei que gramar com o Ronaldo e o Figo em tudo quanto é página de pasquim? Ainda se fosse um "ajuntamento" das mulheres dos jogadores e mesmo assim não seria com todas!
Enquanto o povo vê os jogos, Sócrates manipula um país sem rumo, os empresários fogem para longe onde o estado não pede esmolas pesadas e o desemprego cresce apesar dos indicadores de retoma que se referem a empregos sazonais nestas épocas de colheita!
Que alguém olhe por este País líder em pedidos de subsídio e em "chico-espertismo" alheio!
José Baptista